Atuando com a "camisa limpa" desde o início de abril após não renovar contrato com a Petrobras, o Flamengo recusou uma oferta de quase R$ 1 milhão para estampar duas novas marcas apenas na partida do último fim de semana, contra o Fluminense. As marcas, cujos nomes não foram revelados, seriam expostas na frente e nas mangas da camisa rubro-negra.

"Recebemos ofertas excepcionais e, se tivéssemos fechado, teria sido o maior valor pago a um clube. No entanto, não pudemos aceitar, pois a estratégia da diretoria é não trabalhar com patrocínios pontuais. Foram 24 anos de relação [com a Petrobras], e tem um charme especial para uma marca entrar na nossa camisa, por isso estamos evitando esses acordos", justificou Ricardo Hinrichsen, vice-presidente de marketing do Flamengo.

Apesar de não ser uma novidade, os patrocínios de ocasião passaram a ser mais freqüentes neste ano. O Corinthians é o principal exemplo desta ação. Após não renovar com a Medial, o clube passou a ter acordos pontuais para jogos específicos, como contra o Estudiantes ou o Palmeiras, faturando em média R$ 500 mil. Dessa forma, marcas como Visa, Panasonic, Ford e até a entidade AACD apareceram no uniforme alvinegro.

Paralelamente, a diretoria do Flamengo segue trabalhando para fechar um patrocínio longo. Mesmo sem revelar valores, o clube pretende conseguir, pelo menos, uma cifra superior aos quase R$ 16 milhões que eram pagos pela Petrobras no ano passado.

Para ajudar nesta tarefa, o clube carioca tem utilizado os esforços de José Carlos Brunoro, responsável pela parceria entre Palmeiras e Parmalat, na década de 90. Além deste negócio, o executivo de marketing trabalha atualmente no esporte com marcas como Panasonic e Semp Toshiba.

"Recebemos neste período duas propostas, uma pela manga e outra pela parte principal, mas os valores foram um pouco abaixo do que estamos buscando. Mesmo assim estamos chegando perto, e em breve vamos conseguir fechar", completou o vice-presidente de marketing do Flamengo.